domingo, 22 de junho de 2008

O aperto de mão

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Uns autênticos esbirros fanfarrões, a julgar por aquilo que escrevem, meteram nessas cabeças desmioladas que eu fui à Embaixada de Portugal «apenas para arranjar caso». Quero esclarecer aqui, e agora: um rotundo... sim!, seguido de um sonoro «e depois?». Desde que não seja este vosso escriba o protagonista, bem entendido. É claro que fui à embaixada e apertei a mão a seis ou sete pessoas já nem sei bem. A primeira que apertei foi a mão direita do embaixador. A mão que, curiosa e malcriadamente, indicou a porta dos fundos a uma senhora(!).
Quero no entanto esclarecer que um aperto de mão não é apenas um acto físico; é sim, e embora muito breve (foi o tempo que esse aperto de mão durou), uma relação psicológica entre duas pessoas. Envolve emoções (não foi o caso desse aperto de mão), expectativas: «que esperar disto?» e pensamentos: «será que vai haver 'caso'?».
É esse aperto de mão que ainda hoje me perturba. E eu apertei a mão do embaixador, sim. E esclareço: foi um aperto de mão rápido e desinteressado. Não estávamos ali a negociar caixas de bagaço, nem fosfato, nem coisa que o valha. E se querem mesmo saber mais, então cá vai disto: apertei a mão do embaixador e, sim, estava fria. É o que dá. Às vezes, alguns e-mail's roubam-me tempo, que sempre me foi escasso.
António Aly Silva