terça-feira, 10 de novembro de 2009

Uma verdadeira tentação ambulante!

"Para R

Um “louco consciente”? Sim, sou eu mesmo – de resto, era a minha assinatura quando iniciei o ditadura. Pois bem. És alguém instruído, e nisso penso que estamos entendidos. E falas desta Pátria “que eu amo mas que insiste em fazer-me mal”. Aqui, enganas-te. Redondamente!
Uma Pátria de delinquentes embrutece-nos, é verdade, porém, e não é menos verdade, tende a tornar-nos mais fortes e decididos. Repara que quando a delinquência conquista o poder, o oficial confunde-se com o marginal. Mas nós somos assim mesmo: gargalhamos e, depois, esforçamo-nos na nossa cobardia.
Ah, pois é! Tomar um País nas mãos é uma coisa. Mantê-lo e provar ao seu povo, e ao mundo, é outra coisa completamente diferente.

Dizes que eu devia parar por um tempo. “Não fazer marcha-a-ré, mas andar em relanti”, sugeres. Deves ter razão. Acho até que o meu hard-disk psicológico encheu. I intchi kum! A minha capacidade intelectual (presunção e água benta...) de armazenar dados incríveis que me chegam às mãos – muito a propósito, vou publicar algo de extraordinário por estes dias -, de aturar ladrões do povo desta Pátria, está esgotada. Que fazer? Bem, eu não conheço ninguém em igual situação.
Assim, penso que as pessoas ditas normais, quando se sentem entediadas, ou stressadas, jogam às cartas, vão à piscina, à pesca, ou, e é só um exemplozito, pagam o seu dízimo à Igreja Universal do Reino de Deus. Eu, acredita, prefiro chocar-me ainda mais. Penso, e sobretudo leio muito. E escrevo em igual proporção.
Às vezes estou, simultaneamente, do lado de lá e do lado de cá da emoção e do entendimento.
Quando estou do lado de lá, sou às vezes um chato, uma pessoa “normal”. Ando normal, como normal, falo normal, e até – pasma-te! - digo coisa com coisa (mas isso é o que as más-linguas espalham por aí). Contudo, ao pôr o pé do lado de cá, torno-me noutra pessoa, mais divertida até de que os leitores do blog todos juntos no Palácio do Governo a ouvir um discurso do Muitaboba!

Como podes ter reparado, eu prefiro estar sempre na fronteira - não, não falo da fronteira de N’Pack, que essa está com uma temperatura alta...
Quero dizer, não sou totalmente “normal” nem visivelmente “anormal”; Nem “perverso” nem “apaixonadamente perverso”. Sou mais isto, que um dia uma pessoa muito querida me escreveu: “Uma autêntica tentação ambulante”! Chega? Mantenhas.
AAS