sábado, 24 de março de 2012

Água na fervura

 
"Caro Aly Silva,

É escusado alongar-me em elogios  demasiados pois os factos demonstrados por si sao deveras inadjectiváveis  tornando  qualquer elogio numa mera repetiçao.
Com tudo, gostaria de inaltecer a forma equidistante com que se pautou aliás, como sempre, nestas eleiçoes assim como todos os jornalistas. Simplesmente brilante!
 
Diria que no meio de tanta podridao ainda subsiste pessoas de mente sä como a sua. Bem haja
 
Voltando ao propósito da minha intervençao, e antes de mais, gostaria de dizer o seguinte em geito de desabafo: o mal actual da Guiné-Bissau é  também o excesso de políticos de todos os estilos e feitios. Por isso nao temos  um défice de Carpinteiros, Pedreiros, Agricultores etc  a alavanca de desenvolvimento de qualquer país.
 
Seguramente que todos nos lembramos a quando da auscultaçao do Presidente interino a todos os partidos com assentos parlamentar e seguida dos sem representaçoes parlamentar no sentido da marcaçao de uma data consensual para as eleiçoes. Lembro-me igulamente de ter visto muitos a gritarem alto e em bom som a imperatividade do presidente marcar as eleiçoes segundo o estipulado na Constituiçao, isto é, no espaço de tempo de sessenta (60) dias.
Recordo por outro lado de ver e ouvir algumas "mentes brilhantes" a questionarem esse mesmo factor temporal atendendo ao que é necessário fazer para cumprir com todos os  preceitos legais pese embora a Lei apontar para a urgência no seu cumprimento " sessenta dias".
 
Posto isto, quero relembrar que nenhuma lei do mundo é estanque. Há sempre forma de contornar a lei desde que, para isso, haja vontade política para o fazer e em que os interesses do país sejam tidos como prioritários. O que nao é o caso.
 
Por motivos relacionados com a escassez do tempo, algumas das etapas do processo eleitoral nao foi possível cumprir. Isto é, nao se fez o recenseamento para permitir que alguns jovens com a idade de votar possam exercer os seus direitos.
 
Mesmo assim, todos os candidatos ditos DEPENDENTES ou INDEPENDENTES, quer sejam apoiados pelos seus partidos mas de forma INDEPENDENTE ou quer sejam apoiados pelos seus partidos sabiam claramente  e de ante mao dessa "violaçao" isto é, a nao actualizaçao de recenseamento. Mesmo assim, aceitaram  submeter-se ao sufrágio.
 
Estratnha-se porém o comunicado das outras candidaturas com fundamentos pouco convincente diria até com intençoes malévolas. Fundamentos velhos, repetitivos, caducos, nunca comprovadas  geralmente denominada de FRAUDES.
 
Uma vez que o comunicado foi tornado público antes da publicaçao dos resultados finais por parte da CNE, faz-se a seguinte pergunta: Em que factos se sustentam esse comunicado?  Sabiam que haveria segunda volta? - Aposto que nao. Duvido que se o Koumba Yalá  soubesse que iria a segunda volta teria proferido o mesmo comunicado. E agora dá meia volta no disse que nao disse? A ver vamos.
 
Aquele que gostaria que fosse o meu presidente e da Guiné-Bissau nestas eleiçoes era Sr Henrique Rosa. Contudo nao gostei de o ver embrulhado neste tipo de jogatanas. Ele tem todo o direito de denunciar fraudes mas com provas. Seria bom que nao se misture a sua imagem e se mantenha neutral como tem feito até aqui. Acredito que todos nós temos a nossa vez e que um dia há-de chegar.
 
Caros concidadaos, quem procura chegar ao poder usando ameaças acabará por nao ser um bom presidente.
 
                                                                                                  SEGUNDA VOLTA
 
Outro dia estava com um amigo meu a debater assuntos eleitoral da Guiné. No entender deste meu amigo o Henrique Rosa irá apoiar Koumba Yalá influenciando os seus apoiantes. No meu entender  é preciso ver que o Sr Henrique Rosa nao tem tanto poder sobre os seus apoiantes. Isto porque à sua volta aglutina um eleitorado mais esclarecido  e, portanto, maleável ao contrário do Koumba Yalá cujo um tipo de eleitorado  de cariz mais étnico, fixo e pouco esclarecido comparativamente. O PAIGC embora fragmentado tem um tipo de eleitorado mais abrangente muito mais fixo que o PRS.
 
Diria que nesta segunda volta cerca de 90% dos que votaram no candidato do  PAIGC irao manter os seus votos. Coloca-se aqui a questao sobre os eleitorados dos dissidentes do PAIGC, Sirifo Nhamadjo sobretudo. Para todos os efeitos o PAIGC vai querer manter no poder daí que qualquer recomendaçoes que venha ser tomado por Nhamadjo no sentido contrário terá uma forte resistência.
 
Por outro lado, é bom que paremos e auscultemos a vontade do povo. Neste momento, quer queiramos quer nao, a vontade  e a conjuntura actual nao é própriamente de mudança si ao contrário das intençoes de alguns políticos cujo fim seja mais importante que os meios.
 
Talvez o cenário que se quer actualmente seja de reajustamento e de redimencionamento  do partido no poder às necessidades do povo e do país sem turbulências.
 
Posto isto, e se for respeitada a vontade popular, nao tenho dúvidas que o candidato do  PAIGC Sr "Cadogo" acabará por ter a segunda volta a seu favor alem do que dissipará  um pouco nesta segunda volta a ideia da divisao interna no PAIGC. Quero lembrar que tudo nao passa de mero prognóstico que como tal, pode ou nao diferir-se.
 
Para terminar, gostaria de deixar o seguinte apelo: Seja qual for a vontade popular sobre um dos candidatos, que saiba que temos em maos um país para deixar as crianças de hoje, homens de amanha.
 
Nha mantenha.
 
Cassinifan L."