sexta-feira, 27 de julho de 2012

Guiné-Bissau: Tensões Angola-Nigéria estendem-se à região


A retirada da Missang de Bissau não se teria registado, nem vingado, sem instigação e apoios da Nigéria; menos ainda contra sua vontade,as autoridades angolanas não conseguiram engolir isso em seco e usam de toda a sua influência na CPLP para inverter o actual quadro politico na Guiné- Bissau e conseguir base de apoio para as suas pretensões expansionistas para se transformar numa potência regional e ser respeitada como tal em toda África Ocidental destronando por isso a Nigéria,que vem denunciando todas essas acções angolanas.“Angola surge como potência na África Ocidcental, em parte, devido os crescentes problemas internos da Nigéria.Na África Austral, Angola faz face à concorrência de potências económicas como a África do Sul e a Nambia” para tudo isso é necessário que em Angola o processo eleitoral corra bem  e que os problemas internos tais como a pobreza e a exclusão social sejam rapidamente resolvidos.(Comentário CAI)

A Nigéria encara com desconfiança e inquietação políticas e atitudes do regime de Angola a que associa “intenções expansionistas” contrárias aos seus interesses e influências regionais. É este o quadro em que análises pertinentes situam o “forcing” nigeriano que levou ao fim da presença militar angolana na Guiné-Bissau. É um dado considerado “adquirido” que o golpe de Estado, 12 de Abril, que provocou a retirada da Missang de Bissau não se teria registado, nem vingado, sem instigação e apoios da Nigéria; menos ainda contra sua vontade.

Os pronunciamentos iniciais do chamado Comando Militar, entidade que chamou a si a autoria da acção, deixaram transparecer uma tónica nitidamente anti-angolana. O script atribuia à Missang planos para “eliminar” as FA guineenses, para o que contaria com a cumplicidade das autoridades, entre as quais o PM, Carlos Gomes Júnior. O líder do golpe, General António Indjai, fora até Fevereiro de 2012, partidário da presença militar angolana; ao mesmo tempo, adversário público de compromissos de natureza militar com países da região. Mudou de posição na esteira de uma viagem à Nigéria, precedida de aproximações com outras personalidades da região.

A aplicação das autoridades angolanas na participação do seu país na CGG-Comissão do Golfo da Guiné e na CEEAC-Comissão Económica dos Estados da África Central, é igualmente vista pela Nigéria como correspondendo a artifícios para se implantar e disputar com ela uma área de sua influência. A Nigéria não só cultiva/preserva o seu papel de potência regional por meio de políticas destinadas a anular ou limitar “intrusões” do tipo de Angola, como cuida, ela própria, de alargar/consolidar influências e interesses próprio na área – esforço ditado pela necessidade de não dar vazão a novas “aventuras de secessão”. AM