quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Carlos Gomes Jr., indisponível para depor em Bissau


Os advogados do primeiro-ministro da Guiné-Bissau deposto pelo golpe de Estado de 12 de abril, informaram esta semana o tribunal de Bissau que Carlos Gomes Júnior não vai a Bissau depor num processo em que é arguido, disse hoje à Lusa fonte judicial. Em outubro passado o Ministério Público da Guiné-Bissau enviou às autoridades portuguesas uma carta rogatória no sentido de Carlos Gomes Júnior, ser ouvido no âmbito do processo do político Helder Proença, assassinado em 2009. O antigo dirigente vive em Portugal desde o golpe de estado de 12 de abril que o afastou do poder.  
 
A carta pedia às autoridades portuguesas para que notificassem Carlos  Gomes Júnior para comparecer na Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau  no dia 10 de dezembro "na qualidade de suspeito sobre os factos de que vem sendo acusado". Na queixa afirma-se que o Governo, na pessoa do primeiro-ministro, denunciou na altura uma tentativa de golpe de Estado, envolvendo Helder Proença, o que configura "denúncia caluniosa".  
 
Segundo a fonte, Carlos Gomes Júnior foi de facto notificado mas os  seus advogados em Bissau informaram o tribunal de que o primeiro-ministro  deposto não estaria presente porque o chefe das Forças Armadas "tem dito repetidas vezes que não lhe garante a segurança". "Para um crime tão insignificante (denúncia caluniosa), ele não vai  a Bissau responder", disse a fonte, segundo a qual Carlos Gomes Júnior é apenas acusado de ter insistido na tese de um golpe de Estado em preparação, em 2009, e de ter perguntado o porquê do arquivamento do processo.  
 
Os advogados, ainda segundo a fonte, sugeriram ao tribunal que oiça as fontes que Carlos Gomes Júnior citou na altura para falar da tese de golpe de Estado em preparação, que eram as chefias militares. Segundo a fonte, deveriam ser ouvidos no processo o ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Zamora Induta, o atual chefe, António Indjai, e o atual ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de transição, Faustino Imbali. LUSA