sexta-feira, 12 de julho de 2013

“Sumiço” de António Indjai durante visita de Barack Obama a Dakar


O CEMGFA guineense, General António Indjai, isolou-se fisicamente (sumiu, na gíria), enquanto durou a recente visita de Barack Obama a Dakar. A atitude, que na prática consistiu em tornar incógnito/iludir o seu paradeiro, terá sido ditada por preocupações que António Indjai revela em relação à eventualidade de vir a ser alvo de uma “operação especial” destinada a capturá-lo para, de seguida, o apresentar à justiça norte-americana. Na mente de António Indjai, o zelo norte-americano no que concerne à segurança do Presidente poderia dar azo a uma tal “operação especial”, dada a condição de “criminoso” que adquiriu por via das acusações de “conspiração, tráfico de drogas e de armas” contra interesses dos EUA. Lewis Lukens, embaixador dos EUA em Bissau (residente em na capital senegalesa) reiterou publicamente, após uma audiência com o novo MNE guineense, Delfim da Silva, as acusações da justiça americana contra o todo-poderoso barão da cocaína e chefe do estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai.

O diplomata deslocou-se a Bissau por sua iniciativa, para uma missão que consistiu em prestar esclarecimentos sobre a posição do seu país em relação a António Indjai, que, conforme precisou, está circunscrita ao próprio, sem alargamentos a nenhuma instituição ou ao Estado da Guiné-Bissau. Prometeu igualmente uma assistência financeira norte-americana para o processo de reforma do sector da Defesa e Segurança, no quadro do qual António Indjai deverá ser afastado. O embaixador norte-americano foi também recebido por Serifo Namadjo, mas a audiência não foi objecto de divulgação pública. O propósito foi o de limitar melindres que a visita de Lewis Lukens poderia acarretar em meios conotados com António Indjai por se saber de antemão que a questão das acusações da justiça norte-americana contra o mesmo fazia parte da agenda da missão.

Também foi tido em conta o facto de António Indjai ainda se manter em funções como CEMGFA, o que implica deveres de solidariedade institucional. Avaliações sobre a situação nas Forças Armadas indicam que os apoios internos a António Indjai se encontram em decréscimo – uma realidade em acentuação, tendo em conta factores como o de a oficialidade não comprometida com o mesmo sentir necessidade de afirmar uma linha independente, como forma de defender expectativas de carreira.