quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Detenção em Bissau: Ministra admite "falhas na comunicação"


A ministra da Administração Interna já tem o relatório que pode elucidar sobre “eventuais falhas” no processo de deportação da cidadã guineense, Enide Gama a quem foi aplicada a pena acessória de expulsão do país. Dois agentes do Serviço de Fronteiras da Polícia Nacional foram detidos no passado dia 12 pelos Serviços de Informações e Segurança da Guiné-Bissau, quando iam encetar viagem de regresso a Cabo Verde.

A detenção ocorreu no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira (Bissau) e os dois agentes encontravam-se em missão rotineira de escolta de uma cidadã guineense que foi expulsa de Cabo Verde, depois de estar presa na Cadeia Central de S. Martinho por tráfico de droga. Entretanto, a responsável pelo departamento governamental da Administração Interna, Marisa Morais, não avançou o conteúdo do relatório, alegando que o mesmo lhe foi entregue no final da tarde desta quarta-feira, pelo que ainda está a analisá-lo.

O inquérito foi instaurado à Inspecção Geral de Segurança Interna, um serviço recentemente instalado no MAI, no dia 15 de Julho, ou seja, três dias depois da detenção dos citados agentes da Polícia Nacional em Bissau.
Em declarações hoje à Rádio de Cabo Verde (RCV), afirmou que depois de analisar o relatório poderão sair as “necessárias medidas” que se mostrarem pertinentes. Na sua primeira declaração a um órgão de comunicação social, depois de os dois agentes da PN terem chegado esta quarta-feira à Cidade da Praia, Marisa Morais admitiu “eventuais falhas” na comunicação com as autoridades de Bissau no processo do repatriamento da referida cidadã guineense.

Perguntada se as autoridades guineenses estavam informadas sobre a referida diligência, a ministra que tutela a Polícia respondeu: “Não houve a informação que devia ter existido, não só através das Polícias, mas também através dos Negócios Estrangeiros. Temos que ver o quê que aconteceu e prevenir que situações futuras não voltem a acontecer”. Para Marisa Morais, a libertação dos dois policiais nacionais é uma vitória da diplomacia cabo-verdiana, mas também do campo judicial. “Tivemos uma assistência jurídica competente e guerreira que não se poupou a esforços desde a primeira hora, levando a água ao seu moinho”, assinalou Morais que destacou o papel do ministro cabo-verdiano das Relações Exteriores, Jorge Borges, neste processo. Expresso das Ilhas