sexta-feira, 3 de abril de 2009

«Olhar em frente, construir uma sociedade livre»

"Caro Aly:

Como os guineenses que estão em Portugal, acompanho com muita atenção a triste situação do nosso país. Ainda bem que estás por aí, para nos dares "o outro lado dos acontecimentos". Com o Dr. Fadul de baixa, só ficas tu. Tem cuidado com a tua pessoa porque és essencial para dar a conhecer o que se passa.

Apesar das eleições presidenciais terem sido marcadas fora do prazo, a verdade é que dentro do prazo seria impossível devido à nossa falta de meios e organização, a verdade é que a nossa esperaça reside nelas. Pena é que tenhamos que mais uma vez depender da boa vontade da Comunidade Internacional para as fazer. Mas esta Comunidade, que apesar de nos ajudar, também tem dado maus exemplos a começar por alguns dos seus representantes em Bissau. Apesar de haver de tudo, alguns ditos diplomatas deixam muito má imagem (basta rcordar o anterior Cônsul português e alguns adidos dados a bebedeiras e asneiras).

Mas é importante olharmos em frente, e para construção de uma sociedade guineense verdadeiramente livre, pessoas como tu e as tuas oponiões são fundamentais.

Abraço forte

Leandro Antunes
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Meu caro, obrigado. Todos somos poucos para esta árdua tarefa. AAS

O nosso «correspondente de guerra»

"Caro Aly Silva,

Sei que não precisa de incentivos ou elogios pelo trabalho maravilhoso que nos tem oferecido todo este tempo. Isto sem ter em conta os riscos que tem corrido diariamente no exercício da sua profissão de jornalismo. E agora viu-se obrigado, por motivos de 'força maior' a tornar-se no nosso «correspondente de guerra».

Em qualquer outra parte do mundo o correspondente é geralmente protegido por uma facção ou outra ou tem uma segurança mínima, usa um colete à prova de balas quando cobre os eventos. Mas não na nossa Guiné-Bisau, porque a realidade é outra e por isso só quero lhe dizer-lhe: Deus lhe proteja.

Carlos Da Silva
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Pensar o País e preparar-se para o melhor

A verdade, a ética, que deveriam ser o primeiro direito ou atributo do ser humano, ocupam cada vez menos espaço na cabeça dos políticos guineenses.

Eu não sou hipócrita, nem ando para aqui com hipocrisias de nenhuma índole, quando falo dos nossos políticos. É urgente enfrentar, sem mais demoras, uma reforma autêntica, quiçá dolorosa e sobretudo um processo profundo de democratização do nosso País. A situação já é insustentável. A prová-lo, essa vergonhosa incapacidade do governo sob liderança do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior, de ter mãos sobre o País e impedir os desmandos dos militares.

Guineenses,

Vivemos quase três décadas sem, praticamente, uma notícia boa. O próprio desaparecimento de valores e de referências é angustiante. O exemplo tem de vir de cima. Bons chefes influenciam e fazem boas equipas, tal como bons pais criam bons filhos e bons governantes concebem bons projectos e leis (e ficam na história).

Os que se servem dos cargos que ocupam para fins meramente pessoais são os inibidores do progresso e os verdadeiros responsáveis pelas crises que ciclicamente vivemos. Tudo o resto de ruim vem por afinidade e como consequência das atitudes destes parasitas sugadores do suor e do trabalho dos pobres.

Não se pode governar contra as classes profissionais, porque estas são feitas de seres vivos, e cidadãos. Que votam, e se revoltam constantemente. A relação do Estado com os cidadãos é complexa porque, ao contrário do que pretende a teoria (seja ela qual for) o Estado não reconhece apenas cidadãos. Reconhece também os grupos e classes sociais a que eles pertencem. Mas como estes grupos e classes sociais têm uma capacidade muito diferenciada de influenciarem o Estado, a igualdade dos cidadãos perante o Direito e o Estado é meramente formal e esconde desigualdades por vezes gritantes.

Sonho com um País educado e informado, um País que possua uma cultura geral integral e possa comunicar com o seu povo e com outros povos do mundo. Os que temem o pensamento livre não educam os povos.

António Aly Silva

quinta-feira, 2 de abril de 2009

TELEX: Francisco Fadul vai ser evacuado para Portugal. AAS

À atençao dos candidatos à Presidência

Para vos lembrar disto: Constitucionalmente, a partir de 2 de Maio a Guiné-Bissau deixa de ter um Presidente da Republica (Interino, ou nao). É que - la esta ele de novo - 60 dias sao 60 dias, e nao 120. A mim, pouco me importam os consensos a que chegaram os politicos. A Constituiçao da Republica é para ser respeitada.

E que tal isto: No proximo dia 1 de Maio, o candidato que chegar à Presidência da Republica às 23:59h...torna-se automaticamente Presidente da Republica? E nem sera necessario mudar Constituiçao nenhuma. Comecem a treinar...
Ah, so mais uma coisa: cuidado com os 'copos' no dia 1 de Maio... AAS

"Uma Guiné-Bissau positiva e criativa "

Caro compatriota Aly Silva,

Mesmo se tive de deixar a nossa Guiné-Bissau ainda criança para seguir a minha familia, hoje, e já lá väo muitos anos no silêncio das ausências... sempre continuo a seguir o que se passa por aí. E sei que é grave, muito grave mesmo!

Mas sei também, que felizmente existem CRIATIVOS CULTURAIS como você que pela sua coragem, honestidade intelectual e abnegaçäo nos fazem crer, e mesmo acreditar, que uma Guiné-Bissau positiva e criativa será um dia possível.

Muito obrigado pelo seu digno e maravilhoso trabalho. Você constitui um dos exemplos mais fecundos para a nossa geração assim como para as futuras. Que os Deuses da Criatividade Humana o protejam!

Um sincero abraço amigo do,

El Kady


NOTA: Muito obrigado pelas palavras de estímulo, que, daqui, chegarão a milhares de guineenses. AAS

"A corrupção, o egoísmo, a obsessão pelo poder"

"Tóny

Quero antes de mais endereçar-te um abraço saudoso, daquele que chamavas de primo e não sabe se ainda te recordas... ora vê lá: Daniel, da S.... Ah, ok!

Quero enaltecer a tua coragem ímpar em chamar e apelidar as coisas pelos seus próprios nomes; quero alertar-te pela tua integridade física que poderá estar muito ameaçada, e tens que redobrar-te em cuidados.

É com muita tristeza e revolta que tenho seguido - desde o ano de 1997, quando deixei o meu País para viver com a família em Portugal - imensas notícias e imagens deste meu País, que outrora foi considerado um paraíso da sub-região africana, pela negativa.

Corrupção, egoísmos, a obsessão pelo poder e o tráfico de drogas; independentemente das mortes de amigos e desconhecidos meus, abatidos no conflito de 1998/99, que vai engrossar as outras muitas havidas desde o simulacro da intentona de 1986, que resultou no fuzilamento de Viriato Pã, Paulo Correia, João da Silva, Pedro Ramos, Braima Bangurá entre outros, isto apesar do apelo de toda a comunidade internacional.

Deus queira, e com a maior urgência possível, que Portugal consiga, em aliança com a CPLP e a CEDEAO um contingente das Nações Unidas, a fim da reposição da nossa soberania e deixar o povo viver em paz.

A primeira coisa a fazer de facto é o desarmamento total e inequívoco das forças armadas (adversas à tranquilidade). Fazer regressar aos quartéis apenas aqueles que tenham consciência do seu papel de defender a integridade territorial e não semear o caos quando lhes der na gana.

A segunda, é um combate exaustivo ao tráfico de drogas, começando pelo índice de sinais exteriores de riqueza. Essa pessoas terão que declarar onde e como conseguiram toda essa riqueza, junto do Tribunal de Contas.

Eu trabalhei a minha vida toda, em campanhas e outras actividades comerciais e nunca fiquei rico. Acho que sem interrupções, as coisas vão ao lugar. Devagar mas lá chegaremos.

O Francisco Fadul está assim nesse estado por dizer as verdades, que não agradaram, mas não podemos agradar a gregos e troianos. Quando ouvi a entrevista dele na RDP-África, fiquei à espera desta retaliação.

Aquele abraço,

D.
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NOTA: Meu caro: por aqui andamos, enfrentado batalhões e canhões! Um fraterno abraço. Aly

Proposta de bandeira para o «Grupo Desconhecido»

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Submeta-se à apreciação e posterior discussão no parlamento, a bandeira para o «Grupo de Desconhecidos» que o Governo da Guiné-Bissau promove, assustando as famílias. AAS

"Grupo Desconhecido" promovido pelo governo volta a atacar

O Governo de Carlos Gomes Júnior, voltou a passar um atestado de incompetência aos guineenses ao dizer novamente que um "grupo de desconhecidos" atacou e espancou Francisco Fadul, presidente do PADEC e do tribunal de Contas - a 5ª figura do Estado!

O Governo, desta vez, toda a razão. Se até o próprio executivo se revelou, aos olhos dos guineenses, e do mundo num grupo de 32 desconhecidos (aliás, acho mesmo que neste executivo ha um 'esquadrão da porrada' que à noite se disfarça com fardamento militar...)

É uma vergonha quando se tem um governo eleito, que, em vez de governar com pulso e com autoridade, se ajoelha perante a tropa e baixa as calças (bom, o resto cada um é livre de imaginar...).

Outra vergonha: por que motivo, até hoje, os ministros do Interior e da Defesa não falaram publicamente sobre estas barbaridades? Por que motivo nem os cargos puseram à disposição? Por que motivos não foram demitidos? E o PAIGC, o que diz? Quem tem medo do quê? E de quem?

Tenham vergonha e mostrem a este povo, e ao mundo que são homens e mulheres eleitos com 67% dos votos dos guineenses!!! AAS

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Isto, nem com o colonialismo supunhamos...

Desde a nossa independência, que não sofriamos assim. Em silêncio, como sempre sofremos. Somos peritos no que toca a teorias da conspiração, mas quando chega a hora da verdade, fugimos, normalmente com o rabo entre as pernas. E quem fica, leva!
Ha um mês que fervemos, agora mais em banho-maria, mas o fogo está lá. Arde sem se ver... VENCEREMOS!!!

O povo guineense - ainda que com a alma em sangue - vencerá mais esta adversidade. Com orgulho e de cabeça levantada. Sem se deixar humilhar. Sem armas, sem ódios, sem violência. Dê por onde der. AAS

Os 120 dias para a eleição presidencial violam a Constituição. Uma vez mais...AAS

FIJ preocupada com jornalistas na Guiné-Bissau

FEDERATION INTERNATIONALE DES JOURNALISTES
Communiqué de presse
31 Mars 2009


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LA FIJ appelle la Guinée Bissau à mettre fin aux menaces contre les journalistes après l’assassinat du président

La FEDERATION INTERNATIONALE DES JOURNALISTES (FIJ) a appelé aujourd’hui le gouvernement de la Guinée Bissau à mettre fin aux menaces et intimidations dont les journalistes font l’objet depuis les évènements tragiques du double assassinat du chef d’état major des armées et du président de la république les 1er et 2 mars 2009.

« Nous dénonçons ces menaces et intimidations qui pèsent sur les journalistes qui informent sur le double assassinat du Président Nino Viera et du Chef d’Etat Major Tagme Na Waie, en vue de les réduire au silence. Cela est contraire au principe de la liberté de la presse » a déclaré Gabriel Baglo, Directeur du Bureau Afrique de la FIJ.

Depuis les assassinats de début mars, plusieurs journalistes Bissau guinéens, particulièrement ceux de la presse privée ont fait l’objet de menaces de la part de militaires et de personnes anonymes pour les empêcher d’informer sur ces événements. La plupart de ces journalistes craignent aujourd’hui pour leur sécurité

La FIJ demande aux autorités Bissau guinéennes de prendre les mesures idoines pour garantir la sécurité des journalistes qui informent sur cette question, afin que leurs vies ne soient pas en danger et qu’ils puissent continuer à exercer librement leur travail.


Pour plus d’informations, merci de contacter le + 221 33 867 95 87
La FIJ représente plus de 600 000 journalistes dans 123 pays dans le monde

International Federation of Journalists

Africa Regional Office

3rd Floor, VDN lot N°4&6, Sicap Sacré Cœur III

BP 21722, Dakar Senegal
Tel: +221- 33 867 95 86/87; Fax: +221- 33 827 02 50
E-mail: ifjafrique@ifjafrique.org

Website: www.ifjafrique.org , www.ifj.org

Ditadura com novo grafismo

Ditadura do Consenso tem novo grafismo. Muito mais leve, e funcional. Com a frontalidade e a ousadia de sempre. E não é mentira nenhuma. Agradeço ao João Peixoto a preciosa ajuda. AAS

EXCLUSIVO: Fadul em mau estado físico

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Cá está a imagem que todos tentaram evitar que fosse feita. Foto: António Aly Silva/DR

Francisco Fadul foi espancado e está nos cuidados intensivos

O presidente do PADEC e do Tribunal de Contas, Francisco Fadul, foi, na madrugada de hoje, alvo de espancamento segundo o próprio disse, «por cerca de 15 militares.» Fadul falava às rádios 'Pindjiguiti' e 'Bombolom'. Na conferência de imprensa de ontem, Fadul falou como "Embaixador da Paz" das Nações Unidas.

NOTA: Os partidos políticos devem exigir a demissão imediata do ministro da Defesa, senão do próprio Governo, e a entrega do poder efectivo aos militares. São eles que de facto MANDAM no país. Isto está descontrolado! À comunidade internacional e às Nações Unidas, peço reacçao. AAS