segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Os autos do medo


Sem se decretar ela vai-se impondo e paulatinamente esta a transformar-se no modus vivendi dos guineenses. O guineense esta a deixar-se modelar pelo medo, a sujeitar-se ao conformismo do djitu ka tem.

O medo esta a enraizar no guineense um espirito de conformismo e que esta a leva-lo a retrair-se nas suas acções de cidadania que apela a reações reactivas contra o estado de coisas vigente na Guiné-Bissau apos o golpe de estado de 12 de abril de 2012. O sentimento de insegurança assume-se na prudência retractiva que hoje esta involuntariamente a invadir o cidadão guineense, desde os politicos, intelectuais ao comum dos cidadãos, fazendo dele um povo cobarde que se demite dos seus direitos e da suas aspirações de viver em liberdade.

Reservar-se e não intervir, parece funcionar hoje na Guiné-Bissau, como o melhor «conselheiro» dos actos dos cidadãos e tal facto, leva-o a alhear-se do interesse comum, fechando-se num egoismo pessoal, de grupo ou de interesses.

Esse comportamento retro-activismo de exercicio de cidadania, faz hoje parecer que, o guineense aceita complascentemente uma opressão que se esta expressar na sua forma mais brutal e desumana sobre os seus mais legitimos interesses e aspirações de cidadania que é o exercicio da democracia em plena liberdade de escolha e de afirmação de identidade.

Nota-se que, uma larga maioria dos guineenses esta inconscientemente a aceitar que os seus sonhos e perspectivas de vida sejam coagidos, sufocados, banalizados e espezinhados. Enfim, os seus direitos mais lementares estão a ser sucessivamente interrompidos por uma horda de bandidos e criminosos que, infelizmente mal preparados para viver numa sociedade aberta, entendem impôr-se aos seus demais concidadãos utilizando metodos brutais e a pratica de actos criminosos traduzidos na violência e na intimidação quotidiana que vêm exercendo contra a população indefesa e, muitas vezes, quando os seus fins assim exigirem, acabam em mortes atroces como tem acontecido ultimamente no pais.

Aceitar-mos pacificamente, que essa cultura do medo seja enraizada na nossa mente bloqueando a nossa reactividade humana e civica, inibindo-nos de reagir contra esses actos de barbarie que esta sendo praticda por uma minoria em armas, cujos argumentos de «superioridade» prima pela cultura da violência de comportamentos e complexos de falsa legitimidade de mandar, estamos a condenar e hipotecar, não so o nosso futuro, mas também dos nossos filhos e das gerações vindouras e, mesmo a continuidade da Guiné-Bissau como pais uno e indivisivel.

Aceitar este estado de coisas, estaremos enfim, a render-mo-nos aos argumentos de um tribalismo perigosamente emergente que se orienta pelo sentimento de dominação impondo-se pelo odio, a exclusão ou mesmo a exterminação, querendo aqueles que o praticam, escamotear a sua inadaptação social e incapacitação para viver numa sociedade que se prima pela concorrência do saber e da qualidade.

Por isso, exorto os meus compatriotas guineenses a remanescer-mo-nos no nosso orgulho de unidade nacional que projectou a gloriosa luta de independência que venceu apeoticamente um colonialismo bem mais brutal do que a ameaça que encarna essa minoria complexada que esta a desestruturar e banalizar a nossa sociedade.

Juntos estou certo, de que podemos e devemos expurgar esse sentimento de conformismo que esta a invadir as nossas mentes e reactivar os nossos actos de cidadania para assim, unidos fazermos frente a todas e quaisquer tentativas de denominação da nossa sociedade multicultural e inter-relacional, por um grupo de pessoas complexadas, incapazes, incompetentes e retrogados que so se revêm na violência inspirado num tribalismo primario e apologista da exclusão.

Carlos Sa
Sociologo

'Guerra' na APGB


O Conselho Fiscal da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) está com os cabelos em pé, a propósito do sistemático desvio de fundos detectados junto da administração da mesma, isto desde que os novos corpos entrararm em funções, nomeados pelo governo ilegítimo saído do golpe de Estado de 12 de abril último.

Conforme apurou o ditadura do consenso junto de uma fonte da APGB, foram já detectados desvios de mais de 400 milhões de FCFA (perto de 1 milhão de USD dólares). O Conselho Fiscal acusa em particular um elemento da administração de "passar indevidamente isencões portuárias a algumas empresas". Apontam uma importação de cimento, da qual, garantem "membros da administração receberam comissões" por parte da empresa importadora.

O Conselho Fiscal revela outro desvio no valor de 8 milhões de FCFA, e acusam esse membro do Conselho de Administração de ter levantado 20 milhões de FCFA para a compra de mobilário para a sua residência particular. Dizem que o membro do CA "não tem poderes executivos" e, assim, acusam-no de agir "como patrão da APGB" e ao director-geral, Augusto Kabi "de obedecer-lhe como se de um criado se tratasse." Reunidos em 'conclave' há dias atrás num cafe de Bissau, consta que a roupa suja foi bem lavada... Estiveram presentes, para além do acusado, ST, HP, HV entre outros. AAS

domingo, 16 de dezembro de 2012

É hoje, é hoje



Uma missão de representantes de várias organizações internacionais chega hoje a Bissau para se inteirar da situação naquele país, anunciou o representante permanente da União Africana no país. Ovídeo Pequeno adiantou que a missão será constituída por representantes da CPLP, Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO), União Africana, União Europeia e Organização das Nações Unidas. O objectivo da missão, cujo envio foi decidido numa reunião da comunidade Africana que teve lugar em Addis Abeba, capital da Etiópia, afirmou que a visita tem como finalidade analisar com as autoridades ilegítimas de Bissau, sociedade civil e povo em geral a situação do país e apresentar recomendações que possam servir de base a um trabalho harmonizado da comunidade internacional.

A Guiné-Bissau tem estado a vegetar, com “um governo e um presidente de transição”, designados pela CEDEAO na sequência do golpe de Estado militar de 12 de Abril que depôs as autoridades legítimas e interrompeu a segunda volta da eleição presidencial. A comunidade internacional, com excepção da organização sub regional CEDEAO, continua a não reconhecer as novas autoridades provenientes do golpe militar.

POSSE NA CNE

O novo presidente da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau já tomou posse, apesar da polémica suscitada por alguns partidos que contestam a nomeação, pedindo até a impugnação do acto eleitoral. Rui Nené, que substitui Desejado Lima da Costa, falecido recentemente em Portugal vítima de doença, disse que “a crítica em democracia é normal, desde que seja bem fundamentada”.

A inveja - O Pecado Inútil*


O ressentimento em relação aos outros parece ser inato, sobretudo nas pessoas de talento. Por quê? Será o dinheiro, a fama, os carros de luxo ou a beleza física que a desencadeiam? Ou ela nasce simplesmente da nossa insegurança?

A inveja é um dos sentimentos mais difusos, mas ao mesmo tempo é o que temos maior dificuldade em admitir. É o único pecado capital completamente inútil (ao contrário da gula ou da luxúria); no entanto, é tão poderoso que provoca grande sofrimento em quem o experimenta. Psicólogos e sociólogos ainda não sabem exatamente o que é a inveja nem de onde ela vem. Mas, na história da humanidade, a inveja tem sido a causa de grandes realizações.

A execução dos afrescos da abóbada da Capela Sistina, por exemplo, foi confiada a Michelangelo diante da insistência do grande arquiteto e pintor Bramante (1444-1514). Este último, que invejava o talento e a qualidade do trabalho de Michelangelo, estava convencido de que a pintura em tetos era o seu ponto fraco. Acreditando que Michelangelo não seria capaz de realizá-la, usou de sua influência para que a obra fosse encomendada ao rival. Resultado: Michelangelo criou uma das mais extraordinárias obras-primas da história da arte.

Ao contrário da gula e da luxúria, a inveja é o único pecado capital totalmente inútil. no entanto, é tão poderoso que causa grande sofrimento em quem o experimenta Sucesso Profissional De acordo com uma pesquisa, 12% dos entrevistados invejam o sucesso profissional alheio, enquanto 39% dos homens admitiram cobiçar a companheira do colega. Como nasce a inveja? Comecemos pelo próprio sentido da palavra: ela vem do latim invido, de olhar mal, ou melhor, de mau-olhado (na Itália meridional, tirar o mau-olhado significa expulsar a inveja). O invejoso lança um olhar fulminante sobre o objeto invejado. Eis por que, quando sentimos inveja de uma pessoa, não conseguimos enxergar um único lado positivo nela. Não por acaso costuma-se dizer que a inveja seca. Lembram-se da expressão "olhar de seca-pimenteira"?


O sociólogo italiano Francesco Alberoni, no livro Os invejosos, escreve: "O invejoso diminui o sucesso dos outros, sustentando que ele é fruto de uma injustiça. Porém, se o invejoso estivesse vivendo as mesmas condições e recebendo o mesmo reconhecimento que a pessoa alvo de sua inveja, ele diria que o seu sucesso seria merecido." Terra.

* Dedicado a todos aqueles que invejam o editor deste blog... AAS

sábado, 15 de dezembro de 2012

Novo: vídeos no DC, sem sair do seu blog preferido

Nova sondagem DC: Vote. AAS

Guineenses querem força de estabilização internacional sob mandato da ONU


Sondagem ditadura do consenso

Pergunta: Força de Interposição (ONU, UA, CPLP e CEDEAO) para a Guiné-Bissau?

Respostas:

Sim - 1050 (91%)
 
Não - 91 (7%)
 
Não sei/
Não respondo - 12 (1%)

Votos apurados: 1153
 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Hanks, Russel Hanks


Russel Hanks, o representante norte-americano em Bissau – tem um ar pouco convencional quando comparado com um típico e bem composto diplomata norte-americano – mesmo os mais novos, apesar de ele, já ter provavelmente atingido a década dos 50. O rabo-de-cavalo, espécie de tufo exibido numa cabeça de couro cabeludo já raro, é um dos traços do seu “desconvencionalismo”; outro, é a sua exuberância pessoal, manifestada em coisas como a forma calorosa como cumprimenta na rua os altos funcionários e militares com que se cruza.

Os adversários internos do golpe de Estado de 12 de abril detestavam as públicas efusividades do representante com a gente do poder; considerava-as manifestações de adulação em relação a “simples golpistas”, impróprias na conduta de alguém que representa um país com o gabarito dos EUA e os padrões morais a que as suas políticas devem estar sujeitas. As autoridades “provenientes” do golpe do Estado, essas, por sua vez, compraziam-se com os actos e até com as palavras do representante, vendo nelas compreensão dos EUA onde no caso da restante comunidade internacional só viam condenações. Eram por demais notórias as extremas mesuras com que as mais altas autoridades do regime pós golpe recebiam em audiência o representante norte-americano, para as quais cuidavam sempre de convocar os media, sabendo, como sabiam, da sua disposição em falar.

A exuberância do representante norte-americano tem, afinal, uma razão de ser – que por isso passou a ser objecto da compreensão dos que a detestavam. Não é propriamente diplomacia, na pura acepção da palavra, aquilo que ele faz em Bissau; ocupa-se disso, mas porventura acessoriamente. O seu verdadeiro “job”, para o qual apresenta um apreciável currículo, é quase de certeza o de acompanhar, com o seu olhar e os seus saberes de “expert” na matéria, fenómenos como o do narcotráfico e correlativos que se desenvolvem em toda a região, com ramificações na Guiné-Bissau. E, para isso, é de toda a conveniência um bom círculo de contactos e acessos, que a sua exuberância aparentemente inata facilita – nas circunstâncias em que é exercida. AM

Na hora 'H', mas com o pensamento na letra 'E'


Na hora de se escolher o novo presidente do Partido da Renovação Social (PRS), eis que Kumba Yalá, fundador do partido, decidiu desistir da presidência desta força política. A notícia não deixou de surpreender, mas para os analistas, é uma estratégia para preparar as próximas eleições do Presidente da República... Pois. AAS

ONU quer 'supervisão eficaz' do exército


O Conselho de Segurança da ONU divulgou ontem um comunicado à imprensa pedindo a restauração completa do constitucionalismo em Guiné-Bissau. A entidade expressou sua preocupação com falta de desenvolvimento deste processo. O CS reiterou que apenas com base em diálogos genuínos, supervisão eficaz do exército e através da transição coordenada,

é possível estabilizar o país. A entidade dá boas-vindas à abertura da Assembleia Nacional 2012-2013 de Guiné-Bissau e espera os consensos sejam alcançados no encontro. A entidade indicou ainda que a cooperação e o esforço da comunidade internacional são importantes para a solução da crise de Guiné-Bissau. o CS encoraja as cooperações entre Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Organização das Nações Unidas, União Áfricana e União Europeia. AAS

De promessas está o inferno cheio. Queremos acções!


O Conselho de Segurança das Nações Unidas admitiu hoje desencadear meios de identificação e recolha de informação sobre narcotraficantes e criminosos internacionais operacionais na Guiné-Bissau.

A informação consta de uma declaração pública do Conselho, divulgada hoje nas Nações Unidas, cuja versão inicial foi circulada no início da semana por Portugal entre os restantes membros, após um 'briefing' pelo representante cessante do secretário-geral em Bissau, Joseph Mutaboba. Na mesma linha do último relatório secretário-geral da ONU, a declaração expressa "séria preocupação" com indicações de aumento de tráfico de droga no país desde o golpe de Estado em abril, apelando aos líderes militares para demonstrarem "maior compromisso com os esforços internacionais" anti-narcotráfico, em particular assegurando o "total funcionamento" das agências responsáveis.

Os países-membros declaram a sua "disponibilidade para considerar formas de garantir a recolha de dados adicionais sobre a identidade e atividade dos envolvidos no tráfico de droga e crime organizado na Guiné-Bissau". No seu último relatório sobre a situação na Guiné-Bissau depois do golpe de Estado, Ban Ki-moon reitera o pedido ao Conselho para que seja estabelecido um painel de peritos para investigar a atividade e identidade dos envolvidos no tráfico de droga e crime organizado, face ao agravamento da situação.

A declaração reitera o pedido de "total reposição da ordem constitucional" no país. Condena os ataques na Base Aérea de Bissalanca, a 21 de outubro e, na sequência destes, expressa "séria preocupação" com relatos de assassínios e "sérias" violações de Direitos Humanos, bem como "contínuas restrições sobre a liberdade de reunião, opinião e informação". Outro motivo de preocupação são os relatos de "ameaças e intimidação contra pessoal da ONU", quando compete às autoridades garantir a segurança do pessoal internacional, exigindo que as autoridades investiguem os episódios e levem os responsáveis perante a Justiça.

Numa altura em que se aguarda o anúncio do sucessor de Joseph Mutaboba como representante da ONU, os países-membros sublinham ainda a necessidade de o gabinete em Bissau (UNIOGBIS) ter condições para cumprir o seu mandato. Ao nível dos contactos políticos e diplomáticos, o Conselho de Segurança expressa "preocupação" com a falta de progressos na reposição da ordem constitucional, saudando o reinício dos trabalhos da Assembleia Nacional e aguardando um acordo sobre um calendário "claro e credível" para realização de eleições.

A declaração sublinha ainda a importância da coordenação entre os parceiros internacionais, em particular ONU, União Africana, União Europeia e as organizações regional (CEDEAO) e lusófona (CPLP), saudando o envio em breve de uma missão conjunta de avaliação para o terreno. Avaliando a situação política e de segurança, esta irá informar recomendações sobre a cooperação entre parceiros internacionais em áreas como a reforma do aparelho militar e o combate ao narcotráfico e impunidade judicial.

Afinal, em que ficamos?


"Reposição da Verdade

Escrevo este artigo para responder ao outro publicado neste blogue intitulado “Denúncia: Façam barulho”. Em nome dos organizadores do evento em causa, eu Eldmir Barreto Faria, não podia nunca deixar em branco esta tentativa de associação ao Governo de Transição. Isso porque é público o meu repúdio aos golpes, às violações de Direitos Humanos por principio, mas também porque esta organização conta com nomes de pessoas de bem, que foram convidados por mim. Entre eles, Julião de Sousa Soares, Tcherno Djaló, Luis Paquete, Alage Baldé, Tony Tcheka, Beto Garez, Joacine Moreira, Afonso Gomes, Filomena Djassi, Juca Delgado e o jovem Mamadú Saibana…

A ideia de organizar esta conferência surgiu na sequência da 2ª Edição do Dia da Comunidade Guineense em Portugal, sob lema “Para Uma Efectiva Reconciliação Nacional” e depois da conversa com alguns amigos (Tony Tcheka, Beto Garez e o Afonso Gomes, que curiosamente tem apoiado todas as iniciativas nossas, através da sua gráfica), decidimos lançar este evento no intuito de dar início ao Ciclo de Conferências sobre o nosso país, com objectivo, último, de criar um verdadeiro Movimento da Cidadania em Portugal. Somos todos nesta organização pessoas de Bem e de Pensamento Livre, que de maneira nenhuma aceitam ser porta-voz de Governantes da Guiné-Bissau, nem dos que lá estão nem dos que estão fora do país, NEM HOJE, NEM ONTEM E NEM NUNCA!

É verdade que Afonso Gomes é um dos elementos da organização mas NÃO É RESPONSÁVEL NEM TEM MAIS PRIVILÉGIO QUE OS DEMAIS ELEMENTOS. Mas nem a ele, nem os outros elementos foi questionado sobre o seu posicionamento na cena política actual, pois estamos aqui mesmo para procurar pluralidade de opiniões e unidade na acção que se propõe delinear para a Efectiva Contribuição da Diáspora Guineense em Portugal, neste processo de Reconciliação Nacional de que o país tanto carece.

Para que não restem dúvidas sobre a nossa posição devo esclarecer que desde sempre têm sido em defesa dos Princípios Democráticos como solução para o País. Aquando do Assassinato do Presidente da República João Bernardo Vieira juntei um grupo de pessoas (Jorge Vilela de Carvalho, Afonso Gomes e o Tony Tcheka) e no meu espaço Ébano apresentamos a nossa condenação, contando com cobertura dos meios de Comunicação Social.

Sou eu, o mesmo Eldmir Barreto Faria, que se for puxar pelas minhas origens, sou de Cachéu,  familiar direto de Honório Barreto (que para os mais atentos, rapidamente percebem a importância) e que tenho ligações familiares mais próximas com o Ex Primeiro-ministro Sr Carlos Gomes Júnior, por via da esposa dele que é minha tia, e que nem por isso deixo de pensar com a minha própria cabeça, e, que ao longo destes anos tenho vindo a trabalhar com apoio sempre de muitos amigos, com propósito único de promover a Guiné-Bissau e patrocinar convívios entre irmãos guineenses e amigos do país, isso para não referir inúmeros eventos culturais de cariz humanitário concretizados em conjunto com as nossas associações em Portugal e projetos sociais.

Todo o mundo sabe que não faço política nem tenho nenhuma vocação para isso, os meus eventos nunca tiveram e nem tem patrocínios ou apoios dos Governantes da Guiné-Bissau, sejam estes ou outros quaisquer. Desde sempre o que nos move é o patriotismo e genuína vontade de contribuir. Foi assim que organizamos “É Desta, Eu Acredito”, com um propósito, apoio a boa-governação, foi também assim que juntamos líderes das diferentes religiões da Guiné-Bissau em Portugal num outro evento de enorme importância “juntos pela paz, reconciliação nacional e diversidade religiosa”, com o apoio da Casa da Guiné em Lisboa, foi assim realizamos esses e todos os outros eventos de que se pode claramente esquecer com esta calúnia.

Para terminar, queremos repudiar esta tentativa de associar este evento ao Governo de Transição, reforçando que a nossa única motivação é trabalhar para a Guiné-Bissau estável e melhor para todos.    

Pela Guiné-Bissau, Pela Efectiva Reconciliação Nacional.

Mantenhas di Ermondadi
Um Abraço a todos!  
Eldmir Barreto Faria"

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Iagu fika nhu Abdú


A Procuradoria Geral da República, notificou na quarta-feira o jornalista Braima Sissé, produtor e apresentador do programa «NÔ KUNSI NÔ DIRITU» da Rádio Voz de Quelelé, igualmente director de programas desta estação comunitária, para dar esclarecimento sobre a intervenção do Deputado Nelson Moreira, no passado dia 2 do corrente mês. Nelson Moreira questionou sobre a ida do PGR ao Parlamento para pedir o levantamento da imunidade do Deputado Kancan.

O Procurador Geral da República Abdu Mané, pediu até que lhe fosse enviado uma cópia do referido programa um dia antes, mas não lho deram... AAS

O cair da máscara


Decorridos pouco tempo sobre os acontecimentos do alegado assalto ao aquartelamento dos para-comandos, em Bra, muita coisa, por falta de inteligência ou por descaramento e comportamento dos seus actores, começam a estar mais claro na mente dos guineenses. Hoje, face à realidade que se constata em Bissau, pode-se dar como provado sobre esse facto tão badalado na imprensa nacional e estrangeira, de que:

– Tudo não passou de uma montagem com fins que agora, pouco a pouco, se despontam à luz do dia;

– O capitão Pansau Intchama regressou a Bissau com o aval e consentimento do CEMGFA Antonio Injai, e após chegarem a acordo sobre a troca de interesses entre ambos;

– Antonio INjai, negociou e "comprou" o testemunho do capitão a seu favor, para o utilizar no orquestrado relançamento do processo das mortes de 'Nino' Vieira, Tagmé Na Wayé, Helder Proença e Baciro Dabo, insistentemente solicitado por Serifo Nhamadjo ao novo PGR;

- O general pretende ter garantias de branquear o seu envolvimento nos referidos assassinatos com a utilização do capitão - a unica pessoa que o acusou e incriminou directamente nesses assassinatos (salvo o de Tagmé Na Wayé);

- Como troca, o general deu garantias de perdão e protecção ao capitão e á sua familia, em particular a sua mulher a qual estava a mercê de chantagens e ameças de represálias caso o marido não aceitasse a "permuta". A situação de quase refém e o assédio de que era alvo a mulher do capitão acabou por facilitar a montagem e ser peça fulcral na «capitulação» de Pansau Intchama;

– A promessa da reabilitação do capitão para um posto de confiança junto ao general foi também determinante assim como o foi a atracção pelos ganhos que iria ter com o negócio do tráfico de droga de momento em estado florescente após o golpe;

– As dificuldades financeiras de Pansau Ntchama em Portugal eram bem conhecidas e isso se notava na sua instabilidade de comportamento, recurso a bebida, nervosismo permanente, agravado pela não regularização da sua situação de estada em Portugal (sentimento de abandono pelas autoridades portuguesas);

– O capitão ja estava em Bissau ha quase dois meses antes do suposto ataque a base dos para-comandos que hoje se sabe, foi mera encenação de cenários para tirar ganhos politicos militares e fazerem alguns ajustes de contas a nivel dos quarteis, incluindo a inglória morte dos felupes;

– Os jovens mortos a sangue frio em Bolama, foram uma especie de apagamento de testemunhas sobre a montagem da operação de captura do capitão, pois estes conviviam com ele e sabiam de que ele não estava foragido;

– Pansau Intchama, é presença assídua no EMGFA e mantém relações muito proximas, até se pode dizer de muita intimidade com Antonio Injai e demais chefias militares;

– As esposas de PI e de AI se frequentam e tornaram-se amigas inseparaveis e diversas vezes foram vistas juntas em Bissau, quer nas actividades diárias de domesticidade (ir ao mercado fazer as compras dominicais) ou outras, tais como passagens nas casas de câmbio para trocarem dólares americanos (advinhe-se a proveniência dos USDolares!);

– O capitão goza de total liberdade de movimento, tanto nos quartéis como em todo o território nacional e até tem direito a guarda-costas;

– Ao capitão, o general pretende confiar o treinamento militar dos novos mancebos selectivamente escolhidos para reforçar a sua guarda pretoriana. Os treinos dessa milicia particular far-se-á nas matas situadas entre Bissorã e Binar;

– Salvo algum imprevisto ou desentendimento por qualquer outro motivo, Antonio Injai e Pansau Intchama estão em perfeita sintonia e em coordenação de objectivos, reforçado pelo sentimento do "chamamento balanta", afinidades caracteristico aos balantas oriundos do norte do pais.

Em tudo isso, a única conclusão que se pode chegar, é que é preciso pôr-se a pau, pois a dupla da morte está reconstituida e está a organizar-se... AAS

Até quando?


Até Quando ?

Quando, vôs os poderosos, ouvirão as nossas vozes ?
Quando sentirão as nossas lamentações ?
Quando tomarão consciência do nosso sofrimento ?
Quando darão conta de que estão a torturar-nos ?
Quando se aperceberão de que estão a oprimir-nos ?
Quando renderão conta de que estão a matar-nos ?

Quando, vôs os poderosos darão conta, de que estão a tribalizar o pais ?
Quando acordarão para constactar a violência sectaria que se alastra ?
Quando notarão que so uns é que matam os outros ?
Quando sentirão os ventos do genocio que se prepara ?
Quando despertarão para barar o mal maior ?

Quando, vôs os poderoso,s darão conta de que vossa indeferença
A vossa inércia,
A vossa omissão de auxilio,

… esta a ser a morte lenta do Povo Guineense.
 
Até Quando ?

O Poeta envergonhado